CAGED: DF fechou 15.340 postos formais em abril

Resumo

  • Em abril de 2020, o Distrito Federal apresentou extinção líquida de 15.340 postos de trabalho formal. No Brasil, o saldo foi de -860.503 empregos.
  • Todos os setores de atividade apresentaram saldo nulo ou negativo em seu número de empregos formais.
  • O resultado de postos destruídos no mês é próximo ao total de empregos gerados em 2019, 16.241.
  • O número de requerentes do seguro-desemprego cresceu 147,4% entre abril de 2019 e abril de 2020.

Tabela 1 – Saldo das admissões (+1) e desligamentos (-1) formais no Brasil e no Distrito Federal, por setor de atividade econômica – Abril de 2020

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

Em abril de 2020, o Distrito Federal registrou um saldo negativo de 15.340 postos de trabalho. Apesar de não serem diretamente comparáveis com períodos anteriores[1], a variação nula ou negativa no número de empregos em todos os setores, tanto no Distrito Federal quanto no Brasil como um tudo, destaca as dificuldades enfrentadas pelo mercado de trabalho frente à proliferação do novo coronavírus.

Quando comparado à história recente, o resultado de abril ilustra o forte impacto das medidas de isolamento social impostas face à proliferação do COVID-19 sobre o mercado de trabalho. O Gráfico 1 traz o saldo mensal de empregos formais desde janeiro de 2013, bem como a média móvel de 3 meses e de 12 meses, que capturam a tendência da série. Os 15.340 postos destruídos em abril ultrapassam qualquer mês de dezembro recente, que apresentam um comportamento sazonal muito forte de desligamentos, especialmente por parte da construção civil e de instituições de ensino, bem como qualquer período durante a recessão econômica de 2014-2016. Como parâmetro de comparação, ao longo da totalidade de 2019, foi criado um saldo líquido de 16.241 postos de trabalho formal.

Gráfico 1 – Saldo das admissões (+1) e desligamentos (-1) formais no Distrito Federal, em milhares de pessoas – Janeiro de 2013 a abril de 2020

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

No Brasil

O efeito negativo da pandemia é sentido em todos os estados da federação brasileira. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registraram que o Brasil teve redução de 241 mil vagas formais de emprego em março de 2020, mês no qual o impacto da crise de saúde começou a ser sentido, e perda de outros 861 mil postos de trabalho em abril do mesmo ano, totalizando -1,1 milhão de empregos a menos no país.

Gráfico 2 – Evolução do emprego formal no Brasil em 2020 – Admissões (+1), Demissões (-1) e Saldo – Mil empregos formais

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

No que se refere à distribuição do saldo de vagas formais de emprego por atividade econômica, é possível verificar que o setor de Serviços foi o que mais sofreu com as medidas de restrição impostas no combate à disseminação do novo coronavírus, eliminando 362.378 postos formais de trabalho. Essa repercussão está dentro das expectativas, uma vez que essa é a atividade predominante na economia brasileira. O Comércio, que fechou -230.209 vagas, e a Indústria, que registrou 195.968 empregos a menos, ocupam a segunda e a terceira posição, respectivamente.

Tabela 2 – Distribuição do saldo (admissões – demissões) de vagas formais de emprego do Brasil por atividade econômica – Janeiro de 2020 a abril de 2020 – Quantidade de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.


[1] Os valores apresentados por setor para o mês de abril provêm da base do Novo CAGED sem ajuste, e, portanto, não são diretamente comparáveis com períodos anteriores.