CAGED: 960 postos de trabalho são criados em julho no Distrito Federal

Resumo

  • O Distrito Federal criou 960 vagas formais de emprego em julho de 2020.
  • O resultado de julho representa o primeiro saldo positivo desde fevereiro, tanto para o Distrito Federal quanto para o Brasil.
  • Apesar das admissões superarem os desligamentos, a capital do país encontra-se em 6º lugar no ranking de Unidades da Federação (UF) com menor saldo de vagas formais de emprego no mês de julho.
  • Em julho, o setor mais afetado foi o de Serviços, que fechou 18 postos de trabalho na capital. No mês anterior, esse valor havia sido de 3.000 fechamentos.
  • No ano, os desligamentos superam as admissões em -25.177 vagas de emprego no mercado de trabalho distrital. No Brasil, o saldo negativo é de -1,09 milhão de vagas.

Em julho de 2020, o número de desligamentos ficou abaixo das admissões realizadas no Distrito Federal pela primeira vez desde fevereiro. O saldo do mês foi uma geração de 960 postos de trabalho formal. Esse dado, divulgado pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, pode sinalizar o início da recuperação do mercado de trabalho local após quatro meses de saldos negativos, decorrente da reabertura econômica na região.

Gráfico 1 – Evolução das admissões (+1), desligamentos (-1) e do saldo de empregos – Distrito Federal – janeiro a julho de 2020 – número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

O mês de julho foi marcado no Distrito Federal pela reabertura integral do comércio e serviços locais, com a liberação dos estabelecimentos de maior risco para o distanciamento social, como bares, restaurantes e academias, que, até então, não possuíam autorização para receber clientes. Ainda assim, as atividades comerciais operam com diversas restrições e a população não recuperou a confiança e a renda necessárias para retomar seus antigos padrões de consumo – e, logo, para os estabelecimentos buscarem mais empregados. Os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho do DF ainda devem ser visíveis ao longo de todo o ano.

Esse resultado positivo no mês é observado também nos estados brasileiros (Gráfico 2). Apenas três Unidades da Federação (UFs) apresentaram saldo negativo de postos de trabalho em julho, sendo elas o Rio de Janeiro (-6.658 postos), Sergipe (-804 postos) e Amapá (-142 postos). Em junho, 10 UFs haviam apresentado saldo negativo, incluindo o Distrito Federal.

Em julho, porém, a capital do país já apresenta a criação de 960 empregos formais. Ainda assim, a capital federal se encontra no 6º lugar no ranking de UFs com menor saldo vagas formais de emprego no mês. Os maiores saldos foram os de Santa Catarina (10.044 postos), Minas Gerais (15.843) e São Paulo (22.967). No Brasil, foram criadas 131.010 vagas.

Gráfico 2 – Comparativo do saldo do mercado de trabalho – Distrito Federal e estados brasileiros – junho de 2020 – número de vagas

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.

Apesar do resultado positivo no saldo de postos de trabalho do mês, uma análise setorial (Tabela 1) revela que os Serviços ainda sentem os efeitos da pandemia, com um saldo negativo (porém bastante próximo da estabilidade) de -18 vagas em julho. Ainda assim, o valor é superior ao obtido no mês anterior, quando foi de -3.000 vagas. Os serviços de Alojamento e alimentação em particular apontam fechamento de -777 vagas no mês.

O destaque positivo é o Comércio, que passou a apresentar um resultado positivo em julho com a criação líquida de 360 postos de trabalho, e Saúde humana e serviços sociais, em grande demanda em função da crise de saúde pública, que continua sendo o maior vetor de novas vagas (1.570 postos). Finalmente, a Construção, importante motor da economia local, criou 652 postos de trabalho em julho.

Acumulado do ano

Considerando o período entre janeiro e julho de 2020, o saldo entre as admissões (+1) e os desligamentos (-1) mostra o fechamento de -25.177 vagas de emprego no ano corrente. Essa situação é preocupante pelo fato de que aquelas pessoas que não conseguem se recolocar no mercado de emprego sofrem uma redução significativa de seu poder de compra e, em consequência disso, diminuem o seu consumo. Por sua vez, a menor demanda compromete o processo de recuperação econômica e gera problemas sociais. No país, no acumulado até julho de 2020, já foram extintos 1,09 milhão de postos de trabalho formais. O primeiro resultado positivo desde fevereiro tanto para o Distrito Federal quanto para o Brasil, porém, aponta indícios de recuperação do mercado de trabalho.

Tabela 1 – Saldo das admissões (+1) e desligamentos (-1) formais, por setor de atividade econômica – Brasil e Distrito Federal – julho de 2020

Fonte: CAGED/Ministério da Economia. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan.