PED: Taxa de desemprego é de 19,1% em julho no Distrito Federal

Resumo

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal chegou a 19,1% em julho de 2020.
  • A taxa de participação (61,5%) subiu pela primeira vez desde o início da pandemia na capital federal, mas ainda se encontra abaixo das verificadas em anos anteriores.
  • A Construção ampliou em 23,4% o número de pessoas ocupadas no segmento, absorvendo 11 mil pessoas a mais que no mês anterior.
  • O rendimento real médio dos ocupados manteve-se estável
    (-0,1%)
    entre maio e junho de 2020.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – mês de julho – 2015 a 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

A taxa de desemprego do Distrito Federal caiu pela primeira vez desde o início das medidas restritivas às atividades econômicas impostas para combater o novo coronavírus. De acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) desenvolvida em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em julho de 2020, o percentual ficou em 19,1%, apresentando uma redução de 2,5 pontos percentuais em relação à taxa de junho de 2020. Ainda que esse valor seja o mais alto para um mês de julho desde 2017, a sua contração pode sinalizar o início da resposta do mercado de trabalho com a liberação  do funcionamento dos estabelecimentos comerciais.

Outro fator que reforça a indicação de uma possível reação do mercado de trabalho local é o crescimento da taxa de participação do mês de referência em relação ao mês anterior. Pelo Gráfico 02, é possível ver que esse indicador passou de 61,1%, em junho de 2020, para 61,5% em julho do mesmo ano. Isso implica que mais pessoas em idade de trabalhar (PIA) estão ingressando no mercado de trabalho ou que, de certa forma, estão procurando se inserir nele para exercer algum tipo de atividade remunerada (PEA).

Gráfico 2 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – abril de 2020 a julho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Consequência direta do aumento do contingente de pessoas na força de trabalho é a redução do número de Inativos. De junho a julho de 2020, a quantidade de pessoas que não estavam procurando emprego reduziu-se em 10 mil pessoas de forma que, na capital do país, 957 mil indivíduos ainda permanecem fora do mercado de trabalho. Dentre os diversos motivos para que eles optem por não ofertar sua mão de obra, alguns estão relacionados com o momento conjuntural como, por exemplo, o receio de contagiar-se com a Covid-19 ou a crença de que não existe vaga disponível para absorvê-los. Por último, é importante reforçar que os Inativos não são considerados desempregados.

Já aqueles que estão alocados em um posto de trabalho no Distrito Federal, cerca de 1,24 milhão de pessoas, estão ocupados principalmente em atividades de Serviços (73,8% ou 904 mil pessoas), segmento que foi também o responsável por apresentar a maior variação absoluta entre junho e julho de 2020 e incorporar 26 mil pessoas. As atividades de Construção, por sua vez, obtiveram o maior incremento percentual na mesma base de comparação, elevando-se 23,4% (11 mil pessoas).

Tabela 01 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – julho de 2019, junho de 2020 e julho de 2020 – Variação % e em mil pessoas

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Quando comparadas as estimativas da população ocupada por setor de atividade de julho de 2019 e julho de 2020, no entanto, é possível perceber que todos os segmentos, com exceção da Administração Pública, reduziram o número de ocupados.

Das pessoas que conseguiram se ocupar entre junho de 2020 e julho de 2020, 24 mil trabalhadores (50%) foram absorvidos pelo Setor Privado, sendo 13 mil desses com carteira assinada e o restante sem, conforme mostrado na Tabela 02. Analisando a distribuição dos ocupados pela sua posição no mercado de trabalho, igualmente, evidencia um aumento significativo de Trabalhadores Autônomos na capital federal, cujo contingente de trabalhadores expandiu-se, em julho de 2020, em 9,5% (18 mil trabalhadores) em relação a julho de 2019 e em 8,9% em comparação a junho de 2020.

Tabela 02 – Estimativa do número de ocupados, por posição na ocupação – Distrito Federal – julho de 2019, junho de 2020 e julho de 2020 – Variação % e em mil pessoas

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Por fim, o rendimento real da população assalariada do Distrito Federal recebido em junho de 2020 foi de, em média, R$ 4.053,00, apresentando uma contração de 2,03% em relação aos R$ 4,137,00 recebidos em maio de 2020. Porém, quando comparado com o valor recebido no mesmo mês do ano anterior (R$ 3.962,00), verifica-se uma alta de 2,3%. Comportamento contrário é observado na categoria de Autônomos, cujo rendimento médio real de junho de 2020 teve alta de 6,2% em relação a maio do mesmo ano, mas uma queda de 24,8% contra junho de 2019.

Nesse sentido, os números da PED apontam uma possível reação do mercado de trabalho depois da reabertura do comércio e a liberação de alguns serviços. Contudo, como o mercado de trabalho responde lentamente aos estímulos econômicos, espera-se que a taxa de desemprego local paulatinamente reduza-se conforme a economia do DF for se reestabelecendo da crise sanitária.

Tabela 03 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – julho de 2019 e julho de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.