IPCA – INPC Brasília: Em agosto, inflação do DF fica em +0,58%

1 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

Em agosto de 2020, o IPCA de Brasília variou +0,58% em relação a julho, quando havia registrado +0,34%. Foi a terceira maior variação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE e a maior variação para o mês na região desde agosto de 2014. Já o Brasil apresentou variação também positiva de +0,24% no mês em relação ao mês anterior.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Agosto de 2020

 Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.

O resultado do período reforça a trajetória evidenciada desde junho de sinais de recuperação dos preços locais, após três deflações consecutivas entre março e maio. O resultado do mês, porém, é fruto de variações pontuais em itens como combustíveis e alimentos, que foram mais influenciados por preços internacionais e pela taxa de câmbio elevada do que por pressões da demanda interna. Assim, o valor do IPCA de agosto não traz necessariamente um panorama de recuperação do poder de compra da população. O comportamento do IPCA de agosto será analisado em maior detalhe a seguir.

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.

O índice de agosto é resultado da contribuição positiva dos grupos de Transportes e de Alimentação e bebidas, que variaram +1,88% e +0,95% no mês, respectivamente. No caso do primeiro, o valor é explicado pela alta nos preços de Combustíveis (+5,57%), com aumento de 5,73% na Gasolina em função dos preços internacionais do petróleo e da cotação elevada do dólare de 3,37% no Etanol. Já no grupo dos alimentos, essa mesma taxa de câmbio alta favorece as exportações de alimentos para o exterior, gerando escassez no mercado interno e contribuindo para uma pressão inflacionária. Houve aumento em subitens importantes como o Tomate (+24,39%) e o Arroz (+6,31%), bem como no item Carnes, que variou +4,54%.

Por outro lado, o grupo Educação segurou uma inflação maior no mês, com variação de -1,38% nos seus preços. O destaque foi o comportamento do preço dos cursos de Ensino superior, que recuaram 3,84% em agosto. Esse resultado reflete a redução nas mensalidades e nas matrículas que as instituições educacionais começaram a conceder possivelmente em função da suspensão de aulas presenciais.

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações mensais (%), por item – Brasília – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 2 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações mensais (%), por subitem – Brasília – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

O INPC – índice que mede a inflação das famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos – registrou alta de 0,71% em agosto. Foi a segunda maior variação mensal observada entre as regiões pesquisadas, empatada com Rio Branco (AC). O valor superior ao do IPCA se deveu ao maior peso na cesta do INPC do grupo de Alimentação e bebidas, que variou positivamente no período, e ao menor peso do grupo Educação, que apresentou deflação.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.

Tabela 3 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações mensais (%), por item – Brasília – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.

Tabela 4 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações mensais (%), por subitem – Brasília – Agosto de 2020

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.

3 – ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de agosto de 2020 registrou variação positiva, 1,96%, em relação ao mês anterior. O Setor de Frutas avançou 4,80%, o Setor de Verduras recuou (-16,22%), o Setor de Ovos e Grãos, (-5,53%), e o Setor de Legumes, (-3,94%).

A entressafra de abacate, limão tahiti, e de maçã gala impulsionou os preços do setor. Porém, o aumento da oferta de folhagens, tais como repolho, alface lisa/crespa, e agrião, (-16,36%), afetou o resultado das verduras. O aumento da oferta e demanda retraída reduziu os preços dos ovos vermelho e branco. E o aumento da produção na região de alho roxo, da cebola e da batata lisa resultou na queda do Setor de Legumes. A produção de hortaliças tende a ser favorecida na região, com destaque para as folhagens e batata lisa. Porém, tomate e tende à apreciação, bem como o limão tahiti e a banana prata.

4 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

Diante dos resultados apurados pelo IBGE para a inflação em Brasília, relativa ao mês de agosto de 2020, alguns pontos merecem destaque:

  • IPCA registra inflação de +0,58% em agosto, maior variação para o mês desde agosto de 2014. Quanto ao INPC, sua variação foi de +0,71%, percentual superior ao IPCA.
  • A alta nos preços da Gasolina (+5,57%) foi o principal contribuinte para o resultado do mês, que também contou com a participação de itens alimentícios importantes como o Tomate (+24,39%) e o Arroz (+6,31%). Já a queda nos preços do grupo Educação, em especial dos cursos de Ensino superior (-3,84%), segurou uma inflação maior.
  • No acumulado do ano, Brasília apresenta o sexto menor IPCA, com variação de +0,50%, e o quinto menor INPC, de +0,80%, entre as regiões pesquisadas.
  • Em doze meses, o IPCA de Brasília estimado está em +2,27%, de acordo com o IBGE.
  • O IPCA do Brasil registra inflação de +2,44%, ainda abaixo do limite inferior da meta, de +2,50%. A mediana das previsões coletadas pelo Boletim FOCUS, do dia 4 de setembro, é que a inflação nacional encerre o ano em +1,78%, abaixo do limite inferior da meta. No dia 5 de agosto, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para o patamar historicamente baixo de 2,00%.