PED: desemprego fica estável no DF

Resumo

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal ficou em 19,1% em agosto de 2020. O resultado mostra estabilidade do mercado de trabalho local.
  • A taxa de participação continua abaixo da média histórica para o mês e atingiu 61,6%.
  • O setor de serviços continua reduzindo o número de ocupados em suas atividades. Entre julho e agosto de 2020, 7 mil pessoas (-0,8%) deixaram de trabalhar nesse segmento.
  • Em compensação, a Construção absorveu 7 mil trabalhadores entre julho e agosto, obtendo um aumento de 12,1% no seu número de ocupados.
  • O rendimento habitual médio de julho de 2020, apresentou ganhos reais de 2,1% em relação a julho de 2019.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – agosto de 2015 a agosto de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

A taxa de desemprego do Distrito Federal se manteve estável, de forma que 19,1% das pessoas que estão na força de trabalho ainda não haviam conseguido uma ocupação em agosto de 2020, contra um percentual de 19,2% em julho do mesmo ano (Gráfico 1). Os percentuais, divulgados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mostram que a melhora notada entre junho e julho não se repetiu, o que pode indicar que o mercado de trabalho irá precisar de mais tempo para absorver o excedente do contingente de desempregados.

As perspectivas tampouco tiveram uma melhora significativa. Como mostrado no Gráfico 2, a taxa de participação, que representa aquela parcela da população em idade de trabalhar que está ocupada ou que pelo menos tentou procurar um emprego nos últimos 30 dias, tem verificado aumentos marginais de 0,4 pontos percentuais (p.p.) e 0,1 p.p em julho e agosto, respectivamente. Isso significa que, gradualmente, as pessoas estão retornando ao mercado de trabalho, seja por se sentirem mais seguras ou por acreditarem que, agora, terão mais oportunidades de conquistar uma ocupação. Cabe mencionar, no entanto, que a participação de 61,6% da população economicamente ativa é a menor para um mês de agosto desde 2015.

Gráfico 2 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – abril de 2020 a agosto de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Os dados também mostram que o desemprego do Distrito Federal atingiu mais fortemente as Regiões Administrativas que apresentam mais baixa renda. Por exemplo, o Grupo 4 (baixa renda), que compreende Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão, e o Grupo 3 (média-baixa renda), que reúne Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião, são aqueles que apresentaram taxas de desemprego acima de 20% em agosto de 2020, conforme apresentado no Gráfico 3.

Gráfico 3 – Taxas de Desemprego por Grupos* de Regiões Administrativas Distrito Federal – agosto de 2019, julho de 2020 e agosto de 2020

* Grupo 1 (alta renda) – Brasília, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul e Park Way e Sudoeste/Octogonal – não tem amostra suficiente para estimar a taxa de desemprego; Grupo 2 (média-alta renda) – Águas Claras, Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Vicente -; Grupo 3 (média-baixa renda) – Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião -;Grupo 4 (baixa renda) – Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão.

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Quando se detalha o comportamento do emprego, percebe-se que a maior parte da população ocupada (72,3%) exerce atividades relacionadas com o setor de serviços, que absorve cerca de 897 mil pessoas no DF (Tabela 1). Esse valor representa cerca de 7 mil pessoas a menos ocupadas nesse segmento em relação a julho. Dado que esse segmento produtivo ainda se encontra sujeito a algumas restrições quanto à sua capacidade e horário de funcionamento, é fácil entender o porquê de o mercado de trabalho não ter apresentado resultados mais favoráveis e, com isso, continuar extinguindo vagas.

Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – agosto de 2019, julho de 2020 e agosto de 2020 – Variação % e em mil pessoas

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Vale destacar também o crescimento no número de ocupados na Construção. Entre julho e agosto, esse segmento empregou mais 7 mil pessoas, ocupando um total de 65 mil pessoas. Essa criação de vagas representou um crescimento de 12,1%, a maior variação percentual observada entre julho e agosto, e de 3,2% em relação a agosto de 2019. Esse cenário é animador pelo fato de refletir uma melhora de uma atividade produtiva que é conhecida por ser intensiva em mão de obra e, consequentemente, apresentar alto potencial de criação de novos postos de trabalho.

Já, em termos de rendimento, a remuneração média real habitual de todos os ocupados apresentou um aumento de 2,1% em julho de 2020, quando atingiu R$ 3.750,00, em comparação com os R$ 3.672,00 recebidos em julho do ano anterior (Tabela 2). Isso representa um aumento do poder de compra da população e, em última instância, um estímulo para o crescimento da economia distrital.

Tabela 2 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – agosto de 2019 e agosto de 2020

  Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.