1 – ÍNDICE DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA
Em outubro de 2020, o IPCA de Brasília variou +1,02% em relação a setembro, quando havia registrado +0,37%. Foi quinta maior variação entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE no período, empatada com Curitiba, e o maior resultado mensal para o Distrito Federal no ano. Já o Brasil apresentou variação também positiva, porém menos intensa, de +0,86% no mês em relação ao mês anterior.
Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
O índice de outubro é resultado da contribuição positiva dos grupos de Transportes e de Alimentação e bebidas, que variaram +2,31% e +1,79% no mês, respectivamente (contribuições de 0,50 p.p. e 0,29 p.p.). Apenas o grupo Educação apresentou deflação no período, e mesmo assim bastante tímida (-0,13%).
Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
No caso dos Transportes, houve uma inflação nos preços dos Combustíveis (3,29%), em especial da Gasolina (+3,40%), que contribui com 0,23 p.p. para o índice geral.Esse comportamento se deve aos preços internacionais do petróleo, impulsionados pelo início da época de furacões nos Estados Unidos e uma greve no setor na Noruega, e da cotação elevada do dólar, assim como da alta de 5,23% no Etanol, importante insumo da Gasolina.
Quanto ao grupo de Alimentação e bebidas, a inflação no mês é explicada principalmente pela alta nos preços do Tomate (37,86%) e doArroz (+11,03%), com contribuições de 0,07 p.p. e 0,04 p.p., respectivamente. No caso do primeiro, essa alta pode ser potencialmente explicada pela chegada do período chuvoso na região, prejudicando a oferta do produto, enquanto a elevação nos preços do segundo se deve à elevada taxa de câmbio atual, que favorece as exportações de alimentos para o exterior, gerando escassez no mercado interno e contribuindo para uma pressão inflacionária.
Tabela 1 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações mensais (%), por item – Brasília – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Tabela 2 – IPCA – 10 maiores (azul) e menores (laranja) contribuições (p.p.) e suas respectivas variações mensais (%), por subitem – Brasília – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC
O INPC – índice que mede a inflação das famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos – registrou alta de 1,04% em outubro. Foi a sexta menor variação mensal observada entre as regiões pesquisadas e o maior resultado no ano para o Distrito Federal. O valor superior, embora próximo, ao do IPCA se deveu ao maior peso na cesta do INPC do grupo de Alimentação e bebidas, importante vetor inflacionário no mês.
Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Tabela 3 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações mensais (%), por item – Brasília – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
Tabela 4 – INPC – 10 maiores e menores contribuições (p.p.) e respectivas variações mensais (%), por subitem – Brasília – Outubro de 2020
Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre.
3 – ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL
O ICDF de outubro de 2020 registrou variação positiva, 8,64%, em relação ao mês anterior. O Setor de Legumes registrou variação positiva, 20%, seguido do Setor de Verduras, 10%, do Setor de Frutas, 5%, e do Setor de Ovos e Grãos, 2,5%.
A batata lisa, com 74% de aumento nos preços, se encontra em fase de encerramento de produção na região e encarecimento com frete. As altas temperaturas seguidas de chuvas em outubro influenciaram os preços do tomate, com aumento de 38% no mês, além de relatos de queda da área plantada. A chegada do período de chuvas já afeta a oferta de produtos do setor de verduras, principalmente folhagens. O fim do período de entressafra do mamão elevou os preços do produto em outubro, com 40% para o formosa, e 24% para o hawai. O aumento das temperaturas em regiões produtoras de ovos também afetou a produção de ovos brancos, com 4% de aumento nos preços do produto.
A tendência é que as chuvas continuem influenciando a produção, e a demanda se eleve com o aumento das temperaturas e também com a chegada do período de festas de fim de ano, mantendo assim preços mais elevados nos próximos dias.
4 – CONSIDERAÇÕES GERAIS
Diante dos resultados apurados pelo IBGE para a inflação em Brasília, relativa ao mês de outubro de 2020, alguns pontos merecem destaque:
- IPCA registra inflação de +1,02% em outubro, e o INPC, +1,04%. No caso do primeiro, o Distrito Federal apresenta a quinta maior inflação no mês entre as regiões pesquisadas, empatada com Curitiba, enquanto no segundo, é a sexta maior. Em ambos os indicadores, o resultado foi a inflação mais intensa no Distrito Federal no ano.
- As altas nos preços da Gasolina (+3,40%) e da Passagem aérea foram os principais contribuintes para o resultado do mês, que também contou com a participação de itens alimentícios importantes como o Tomate (37,86%%) e o Arroz (+11,03%). O grupo Educação foi o único a apresentar variação negativa no mês (-0,13%).
- No acumulado do ano, Brasília apresenta o quinto menor IPCA, com variação de +1,91%, e o sexto menor INPC, de +2,46%, entre as regiões pesquisadas.
- Em 12 meses, o IPCA de Brasília estimado está em +3,95%, de acordo com o IBGE.
- O IPCA do Brasil registra inflação de +3,92%, próximo do centro da meta (+4,00%). A mediana das previsões coletadas pelo Boletim FOCUS, do dia 30 de outubro, é que a inflação nacional encerre o ano em +3,14%, abaixo do patamar atual. No dia 5 de agosto, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para o patamar historicamente baixo de 2,00%.
