- A taxa de desemprego do Distrito Federal ficou em 18,6% em fevereiro de 2021. O resultado mostra deterioração no mercado de trabalho local.
- A taxa de participação apresentou sua terceira queda consecutiva e atingiu 63,8%.
- O setor de serviços teve retração no número de ocupados em suas atividades. Entre janeiro e fevereiro de 2021, 24 mil pessoas (-2,5%) saíram desse segmento.
- Todos os demais segmentos apresentaram crescimento em fevereiro, embora insuficiente para reverter o resultado do mês.
- O rendimento habitual médio de janeiro de 2021 apresentou queda real de 2,1% em relação a dezembro de 2020.
Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – percentual (%) – Distrito Federal – abril de 2020 a fevereiro de 2021
Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
Em fevereiro de 2021, o contingente de desempregados do Distrito Federal foi estimado em 298 mil pessoas, representando 18,6% da população que busca uma vaga no mercado de trabalho. O percentual representa um aumento de 0,5 pontos percentuais (p.p.) em relação ao mês anterior, quando foi de 18,1%, e reflete, principalmente, o aumento do quadro de indivíduos desocupados no mês.
Essa elevação da taxa de desemprego local não foi maior por conta da retração da população economicamente ativa (PEA) no período. Assim, houve um recuo da taxa de participação, que passou de 64,0% no mês anterior para 63,8% em fevereiro de 2021, a terceira queda consecutiva no indicador, contribuindo para segurar a taxa de desemprego em 0,3 pontos percentuais. Esse comportamento, porém, representa uma possível deterioração na percepção dos trabalhadores quanto às perspectivas de conseguir uma ocupação, o que os desmotiva a retomar a busca por um posto de trabalho. Por conta disso, verificou-se um aumento de 6 mil pessoas fora da força de trabalho no Distrito Federal entre janeiro e fevereiro de 2021.
Gráfico 2 – Decomposição da variação da taxa de desemprego – pontos percentuais (p.p.) – Distrito Federal – fevereiro de 2021
Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
Com o aumento do número de desocupados no mês, o nível de ocupação recuou de 1.314 mil pessoas em janeiro para 1.305 em fevereiro (Tabela 1). Essa retração se concentrou no segmento de Serviços, que apresentou variação de -2,5% (-24 mil pessoas) em seu quadro de ocupados no período. Os demais segmentos acompanhados pela PED-DF apresentaram crescimento em fevereiro, com variação de +11,4% (5 mil pessoas) na Indústria de Transformação, +7,2% (5 mil pessoas) na Construção e +1,8% (4 mil pessoas) no Comércio e Reparação.
Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – janeiro e fevereiro de 2021
Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
Entre as posições na ocupação, observou-se uma contração tanto no setor privado quanto no setor público (Tabela 2). No caso do primeiro, houve uma retração de -0,4% entre os trabalhadores com carteira assinada (2 mil pessoas) e de -2,0% entre aqueles sem (igualmente, 2 mil pessoas). Já no segundo, a queda foi maior, apresentando variação de -4,4% (13 mil pessoas).
Já as demais posições apresentaram crescimento em fevereiro, embora insuficiente para reverter os resultados apontados acima. Houve um aumento de 1,3% no quadro de trabalhadores domésticos (uma mil pessoa), 2,2% nos autônomos (5 mil pessoas) e 2,0% nas demais ocupações (2 mil pessoas).
Finalmente, o rendimento médio real no mês anterior recuou 2,1%. O valor passou de R$ 3.943, em dezembro de 2020, para R$ 3.862, em janeiro de 2021.
Tabela 2 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – janeiro e fevereiro de 2021
Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.
