IPCA – INPC Brasília: Inflação de 1,44% em março no DF

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

Em março de 2021, o IPCA do Distrito Federal alcançou 1,44%. O resultado é superior ao percentual registrado a nível nacional, 0,93%, e é o segundo maior entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, ficando atrás apenas de Goiânia, onde a alta foi de 1,46%. Com a alta de março, o Distrito Federal observou a sua décima alta mensal consecutiva e a terceira no ano de 2021.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – março de 2021

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

O grupo de Transportes foi, novamente, o epicentro da pressão inflacionária do mês. A variação positiva de 4,94% observada nos preços desse serviço contribuiu com 1,11 ponto percentual (p.p.) para o índice geral.  A alta esteve centrada no comportamento do preço da Gasolina, que, com sua variação de 12,03%, foi responsável por acrescer 0,92 p.p. ao IPCA da capital federal, e, em menor escala, ao preço do Automóvel Novo (+1,78% e contribuição de 0,08 p.p.). No caso do combustível, o cenário persistente de desvalorização do Real frente ao Dólar e aumento do preço do barril do petróleo no mercado internacional está motivando sucessivos reajustes da Petrobras no preço da gasolina nas refinarias, o que encarece o produto para a população. Entre janeiro e março de 2021, o Distrito Federal registrou aumento de 28,96% na Gasolina.

A segunda maior contribuição positiva para o resultado do mês veio do grupo de Alimentação e Bebidas (+0,19 p.p.), refletindo, principalmente, a alta na aquisição de Lanche, cuja variação de +3,46% colaborou para elevar em 0,06 p.p. o índice geral do DF.  O grupo de Habitação, por sua vez, teve contribuição de +0,15 p.p. (1,16%) em resposta às altas nos subitens de Condomínio (+1,66% e +0,05 p.p.) e Gás de Botijão (+5,66% e +0,04 p.p.).

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal nos preços (%) e contribuição para o índice geral (p.p.), por grupo – Brasília – março de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

A compensação da inflação mensal ficou a cargo da redução marginal dos preços médios dos grupos de Comunicação (-0,29% e -0,02 p.p.); Vestuário (-0,23% e -0,01 p.p.); Saúde e cuidados pessoais (-0,09% e -0,01 p.p.); Educação (-0,07% e -0,01 p.p.); e Artigos de residência (-0,43% e -0,01 p.p.). Em termos de subitens, esse papel foi desempenhado, majoritariamente, pela deflação observada em artigos como Perfume (-4,17% e -0,03 p.p.), Tomate (-9,27% e -0,02 p.p.) e Aparelho telefônico (-1,31% e -0,02 p.p.)

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – março de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, variou 1,38% em março de 2021 no Distrito Federal. Com esse resultado, o INPC fica abaixo do percentual registrado pelo IPCA (+1,44%) pela primeira vez desde abril de 2020. Porém, entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC da capital federal figura como a mais alta variação observada no mês e no acumulado do ano (+2,70%). Para o Brasil, os percentuais registrados foram de 0,86% e de 1,96%, respectivamente.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada no ano (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – março de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Para o INPC, o grupo que mais contribuiu para o resultado mensal foi o de Transportes, que, ao apresentar uma variação percentual em março de +4,58%, colaborou com 1,08 p.p. para o INPC. O motivo para a alta foi, outra vez, o aumento do preço da Gasolina (+12,03% e +0,94 p.p.).  Já o de Alimentação e Bebidas, categoria com a segunda maior contribuição mensal, registrou variação positiva de 1,05% e acrescentou 0,22 p.p. ao índice geral. O maior peso desses itens na cesta de consumo das famílias com renda de até 5 salários mínimos explica o porquê de a contribuição ao INPC ter sido superior à do IPCA.

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal nos preços (%) e contribuição para o índice geral (p.p.), por grupo – Brasília – março de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – março de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

3 – IPCA POR FAIXA DE RENDA DO DISTRITO FEDERAL

A análise por faixas de renda revela que a composição da pressão inflacionária pesou mais para as classes de mais alta renda da capital federal. Os 25% mais ricos enfrentaram um aumento de preços de 1,66%, mesmo percentual percebido pela faixa de renda Média-alta e próximo do verificado para os de renda Média-baixa (1,60%). Os 25% mais pobres, por sua vez, tiveram inflação de 1,03%. Isso se explica, em parte, pela menor participação dos gastos com Gasolina, item com maior contribuição para a inflação do período, no orçamento das famílias de renda mais baixa. 

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal –março de 2021

Fonte: GECON/DIEPS/CODEPLAN com dados do IBGE.

4 –  ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de março de 2021 registrou variação positiva, 0,84%, em relação ao mês anterior. O Setor de Ovos e Grãos, 7,12% registrou a maior variação positiva, seguido do Setor de Frutas, 2,17%. Porém, os Setores de Legumes, (-2,91%), e de Verduras, (-1,97%), registraram variações negativas. Destaque para o Setor de Ovos, 7,12%, que manteve os preços firmes devido ao aumento do custo de produção e da demanda em período de Quaresma. Maior produção de abacate, (-40,58%), maçã, (-30,91%), e goiaba, (-26,25%), puxou os preços dos produtos para baixo. Influência das chuvas na redução da produção e aumento dos preços de couve-flor, 53,02%. Destaque para redução de demanda, segundo relatos, devido às restrições comerciais.

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

  • IPCA registra inflação de 1,44% em março, segundo maior resultado entre as regiões pesquisadas. O resultado nacional foi de 0,93%.
  • INPC apresenta variação próxima, de 1,38%, sendo maior variação no mês. Primeira vez, desde abril de 2020, que fica abaixo do IPCA.
  • A alta nos preços dos Combustíveis (+0,98 p.p.), em especial da Gasolina (+0,92 p.p.), foi novamente o principal responsável pelo resultado do mês.
  • Apesar da variação positiva no mês, cinco dos nove grupos de produtos monitorados pelo IBGE apresentaram deflação em março, indicando vetores inflacionários mais concentrados que o do mês anterior.
  • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou uma inflação de 1,03% no mês, a Média-baixa de 1,60%, a Média-alta de 1,66% e a Alta de 1,66%.