PED: Taxa de desemprego no DF é de 19,6% em abril

Resumo

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal ficou em 19,6% em abril de 2021.
  • A taxa de participação atingiu 65,1%, segunda alta consecutiva.
  • Quatro dos cinco setores apresentaram alta no número de ocupados.
  • O segmento de Comércio e Reparação apresentou a maior alta (+2,2%) com 5 mil novos ocupados. 
  • O rendimento habitual médio em março apresentou queda real de 7,6% em relação a fevereiro.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – percentual (%) – Distrito Federal – abril de 2020 a abril de 2021

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF). Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Em abril de 2021, o número de desempregados do Distrito Federal foi estimado em 322 mil pessoas, representando 19,6% da população que busca uma vaga no mercado de trabalho formal. O percentual representa uma estabilidade de +0,1 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior, quando foi de 19,5%.

Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, as diferenças são maiores, com uma taxa de desemprego 0,9 pontos percentuais menor, quando foi registrado 20,5% em abril de 2020. Já para as participações, nota-se uma estabilidade, com uma diferença de apenas +0,1 p.p favorável a abril de 2021.

A estabilidade notada na taxa de desemprego entre os meses de março e abril, está acima da realidade sazonal observada na série histórica da PED. Como é mostrado no Gráfico 2, a taxa de desemprego média entre março e junho são historicamente as maiores no ano, e as taxas registradas em março e abril de 2021 superaram a média histórica. Com isso, é possível afirmar que o comportamento negativo do mercado de trabalho não se deve apenas pelos efeitos negativos da pandemia, mas também possui um componente sazonal.

Gráfico 2 – Taxa de desemprego agrupada por mês e média mensal – percentual (%) – janeiro de 2016 a abril de 2021 – Distrito Federal

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF). Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

A estabilidade da taxa de desemprego se realizou por alguns motivos, um deles foi a contribuição positiva da taxa de participação (0,9 p.p), ante a contribuição negativa do número de ocupados (-0,9 p.p), como mostra o Gráfico 3. Portanto, verificou-se um aumento de 6 mil pessoas desocupadas na capital federal entre março e abril de 2021. A taxa de participação representa a porcentagem da população economicamente ativa (PEA) que efetivamente procurou trabalho no período, e pode ser indicativo de uma maior perspectiva por parte dos indivíduos de suas chances de obter um emprego formal, motivando-os a retomar a busca por um posto de trabalho.

Gráfico 3 – Decomposição da variação da taxa de desemprego – pontos percentuais (p.p.) – Distrito Federal – abril de 2021

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF). Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

O nível de ocupação distrital registrou alta no mês de abril (1,2%), subindo de 1.304 mil pessoas em março para 1.319 mil pessoas (Tabela 1). Apenas os segmentos de Administração pública, defesa e seguridade social apresentou queda na comparação com o mês de março, com variação negativa de 1,9% (-3 mil pessoas). Os segmentos restantes apresentaram alta na comparação, com destaque para Comércio e Reparação que registrou a maior variação percentual, +2,2% (5 mil pessoas). Em seguida aparecem Indústria de Transformação, com variação de +2,0% (1 mil pessoas), Construção com +1,3% (1 mil pessoas) e Serviços com +0,9% (8 mil pessoas).

Entre as posições na ocupação, a maior variação absoluta veio dos autônomos, que tiveram um incremento de 12 mil trabalhadores. Em termos percentuais, as demais posições registraram alta de 11,0% no total de trabalhadores. No setor privado, o destaque vai para a alta de 5,4% (+5 mil pessoas) nos empregos sem carteira assinada, contra uma queda de 0,4% nos empregos com carteira assinada. Trabalhadores domésticos, por sua vez, registraram queda de 5,1% (-4 mil trabalhadores). Por fim, empregados no setor público registraram queda de 2,5%, sendo destaque na variação absoluta com – 7 mil trabalhadores.

Finalmente, houve queda de 7,6% no rendimento média real entre fevereiro e março de 2021[1]. Esse resultado reflete a contração observada em março no número de empregados do setor público e privado (sem carteira), que possuem remunerações médias mais elevadas do que a dos trabalhadores autônomos, domésticos ou de outras ocupações, cujo quadro de ocupados cresceu no período. Assim, o valor passou de R$ 3.681, em fevereiro de 2021, para R$ 3.447, em março (Tabela 2).

Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – mil pessoas – Distrito Federal – março e abril de 2021

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF). Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Tabela 2 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – março e abril de 2021

Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF). Convênio: CODEPLAN-GDF e DIEESE. PED-DF. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.


[1] O desenho da PED-DF traz informações de rendimento com um período de defasagem em relação aos demais indicadores.