IPCA – INPC Brasília: Preços avançam 0,17% no DF em junho

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

O Distrito Federal registrou inflação de 0,17% em junho de 2021. Em comparação com as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE, esse resultado é a menor variação mensal observada no período, posição que ocupa pelo terceiro mês consecutivo. A média nacional foi de 0,53%. Em 12 meses, a inflação acumulada entre julho de 2020 e junho de 2021 observou alta de 7,13%, valor que supera o limite superior da meta de inflação do ano (5,25%), mas está abaixo da variação de preços do Brasil (8,35%).

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – junho de 2021

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Os grupos de Saúde e cuidados pessoais (+0,67%) e Habitação (+0,62%) foram os principais responsáveis pelo resultado de junho, contribuindo com +0,09 e +0,08 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. O aumento nos preços do primeiro se deveu ao aumento no Plano de saúde (+0,66% e +0,04 p.p.), enquanto o do segundo pode ser explicado pela alta na Energia elétrica residencial (+3,92% e +0,10 p.p.), resultado da mudança da bandeira tarifária de energia elétrica para vermelha patamar 2, que superou as retrações no Aluguel residencial (-0,51%) e na Taxa de água e esgoto (-2,40%).

Os produtos e serviços pertencentes as categorias de Artigos de residência (+1,30% e +0,04 p.p.), Transportes (+0,08% e +0,02 p.p.) e Educação (+0,05% e contribuição nula) também apresentaram inflação no mês.

Entre os grupos com variação negativa em seus preços, a Alimentação e bebidas, que apresentou contração de -0,20% em junho de 2021, foi o destaque do período e contribuiu para diminuir em -0,04 p.p. o índice geral. Essa é a segunda queda consecutiva nos preços do grupo. Esse percentual é reflexo do comportamento dos preços das Frutas (-7,53% e -0,06 p.p.) em função, principalmente, das quedas de 13,36% no Tomate (-0,03 p.p.) e de 17,91% na Banana-prata (-0,03 p.p.) devido, em parte, à sazonalidade do período, uma vez que o final do segundo trimestre é tradicionalmente marcado por queda no preço nessa categoria de alimentos.

Os grupos de Vestuário (-0,51% e -0,02 p.p.), Comunicação (-0,25% e -0,01 p.p.) e Despesas pessoais (-0,01% e contribuição nula) também observaram deflação no período e, assim, contribuíram para segurar a inflação registrada no mês. Dessa forma, dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, cinco apresentaram altas em seus preços e quatro, quedas.  

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, observou variação positiva de 0,14% em maio de 2021, percentual que ficou abaixo do valor registrado pelo IPCA (0,17%) no período. O índice foi, novamente, o menor entre as regiões pesquisadas pelo terceiro mês consecutivo, ficando abaixo da média nacional para o período (+0,60%). No acumulado em 12 meses, a inflação excede o limite superior da meta de inflação tanto na capital federal (8,07%) quanto na média nacional (9,22%).

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

As contribuições dos grupos para o resultado mensal seguem o mesmo padrão observado no IPCA. Assim, a inflação do período veio principalmente da Habitação (+0,52% e +0,10 p.p.) e da Saúde e cuidados pessoais (+0,76% e +0,07 p.p.), com aumentos também nos Artigos de residência (+1,64% e + 0,06 p.p.) e nos grupos Educação (+0,09%) e Transportes (+0,01%), ambos com contribuições nulas. Por outro lado, a Alimentação e bebidas segurou uma inflação maior em junho, com variação de -0,20% e contribuição de -0,04 p.p., aliado aos grupos de Vestuário (-0,60% e -0,02 p.p.), Despesas pessoais (-0,19% e -0,02 p.p.) e Comunicação (-0,21% e -0,01 p.p.).

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por item – Distrito Federal – junho de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

3 – IPCA POR FAIXA DE RENDA DO DISTRITO FEDERAL

Detalhando o impacto da inflação sobre as diferentes faixas de renda das famílias[1] do Distrito Federal, verifica-se que os 25% mais pobres da capital perceberam um incremento de preços de 0,15% na sua cesta de bens e serviços em junho de 2021. Os 25% mais ricos, por sua vez, observaram uma inflação de 0,21%. Esse comportamento é explicado pela estrutura da inflação no período, uma vez que a variação negativa de produtos como Alimentação e bebidas possuem participação maior no orçamento das famílias de mais baixa renda em relação às faixas de renda mais elevadas e a Passagem aérea, um dos focos inflacionários do período, um peso menor. As demais faixas, Média-baixa e Média-alta, apresentaram variações de +0,17% e +0,10%, respectivamente.

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – junho de 2021

Fonte: GECON/DIEPS/CODEPLAN com dados do IBGE.

4 –  ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de junho de 2021 registrou variação negativa, (-8,75%), em relação ao mês anterior. O Setor de Legumes registrou a maior variação negativa, (-15,23%), seguido do Setor de Verduras, (-7,25%), do Setor de Frutas, (-6,34%), e do Setor de Ovos e Grãos,(-1,70%). A maior oferta de diversas frutas, como banana prata (-28,26%), o abacaxi pérola, (-17,68%), a manga palmer, (-15,73%), depreciou o grupo. O aumento de oferta de legumes produzidos na região, como cebola nacional, (-31,17%), a batata doce, (-29,97%), e a batata lisa, (-29,03%), provocaram a queda do grupo. A menor incidência de chuvas nos campos de produção e temperaturas mais amenas, o que favorece a oferta de produtos como o repolho, (-33,36%), e a alface lisa/crespa, (-22,73%). O ajuste da oferta e demanda local, provocou desvalorização de ovos branco, (-8,26%), e vermelho, (-8,01%).

5 –  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inflação de junho

  • IPCA do DF registra inflação de +0,17% em junho, o menor resultado entre as regiões pesquisadas pelo terceiro mês consecutivo. O resultado nacional foi de +0,53%.
  • INPC apresenta variação de +0,14%, sendo também a menor variação no mês pelo terceiro mês consecutivo.
  • A alta veio principalmente dos grupos de Saúde e cuidados pessoais (+0,09 p.p.), fruto de reajuste anual no plano de saúde, e de Habitação (+0,08 p.p.), após elevação dos preços de Energia elétrica residencial (+0,10 p.p.);
  • O índice de difusão no mês foi de 49,8%, com quatro dos nove grupos de produtos monitorados pelo IBGE apresentando deflação em junho, indicando vetores inflacionários bastante generalizados.
  • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou uma inflação de 0,15% no mês, a Média-baixa de 0,17%, a Média-alta de 0,10% e a Alta de 0,21%.

Para os próximos meses

  • Elevação no preço da bandeira tarifária vermelha patamar 2 deve trazer aumento de cerca de 4,5% na conta de luz em julho;

[1] A partir de janeiro de 2021, a Codeplan passou a elaborar e divulgar a inflação distrital para cada quartil de renda. Para mais informações, o estudo completo pode ser encontrado em: http://conjunturaeconomica.ipe.df.gov.br/2021/02/09/ipca_especial-divulgacao-do-ipca-por-faixa-de-renda-do-df/