IPCA – INPC: Preços avançam 1,04% no DF em novembro

1 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR AMPLO – IPCA

O aumento de preços do Distrito Federal foi de 1,04% em novembro de 2021, a maior variação percentual para o mês desde 1995. O percentual observado é o sexto maior entre as 16 regiões pesquisadas pelo IBGE e foi superior à média nacional de 0,95%. No acumulado em 12 meses, a alta dos preços da capital continuou a se afastar do limite superior da meta de inflação para o ano de 2021 (+5,25%) e atingiu dois dígitos, sendo de 10,06%. Porém, o índice distrital registrado entre dezembro de 2020 e novembro de 2021 manteve-se abaixo da variação de preços do Brasil (+10,74%) no mesmo período.

Gráfico 1 – IPCA – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – novembro de 2021

Fonte: IBGE. Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

A maior contribuição para o resultado de outubro do DF foi do grupo dos Transportes, que acresceu 0,87 ponto percentual (p.p.) ao índice geral, representando 83,7% da variação mensal da capital. Dentre os itens analisados nessa categoria de serviços, a Gasolina se configurou como o principal vetor inflacionário, apresentando uma variação positiva de 8,54%, o que acrescentou 0,78 p.p ao índice geral. O comportamento desse item se deve a uma combinação de fatores dentre os quais se destacam a valorização do barril do petróleo, que tem motivado sucessivos reajustes pela Petrobras no preço dos combustíveis nas refinarias, a desvalorização do Real frente ao Dólar, que ajuda a tornar essa correção de valores mais intensa. Outro item que merece uma análise mais detalhada dentro desse grupo é o Automóvel novo, que observou um incremento de preços de 0,94% (+ 0,04 p.p.) em outubro de 2021. Ao longo de 2021, a cadeia produtiva desse bem vem enfrentando uma escassez de componentes eletrônicos por causa da pandemia da Covid-19 e, consequentemente, uma redução na produção de automóveis novos. Assim, a diminuição da oferta tem favorecido a inflação do item. O Seguro voluntário de veículo e o Óleo diesel (+0,06 p.p. e +0,04 p.p.), ambos pertencentes ao grupo Transportes, também fizeram parte dos maiores contribuintes para a inflação do mês.

A categoria de Habitação aparece como a segunda maior contribuição do mês de novembro de 2021 para a capital federal (+0,28 p.p.). O resultado veio, principalmente, do aumento de 8,28% na Energia elétrica residencial (+0,24 p.p.) após reajuste de 11,10% autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) no valor da tarifa no Distrito Federal implementado em 22 de outubro[1]. Os grupos de Artigos de residência (+0,05 p.p.), Despesas pessoais (+0,03 p.p.), e Vestuário (+0,01 p.p.) também tiveram contribuições positivas, porém mais amenas em novembro.

Gráfico 2 – IPCA – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Distrito Federal – novembro de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Por outro lado, quatro dos nove grupos acompanhados pelo IBGE apresentaram estabilidade ou retração em seus preços na capital federal no período. A Saúde e cuidados pessoais encabeçou esse comportamento com uma contribuição de -0,12 p.p., resultante de uma redução de 4,61% nos preços de artigos de Higiene pessoal. A Alimentação e bebidas (-0,07 p.p) também teve contribuição negativa, com uma deflação generalizada em seus preços. Por fim, a Educação e a Comunicação ambas apresentaram variações negativas em seus preços, porém muito próximas de zero, de forma que a contribuição desses grupos não foi significativa para o índice do mês.

Tabela 1 – IPCA – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por subitem – Distrito Federal – novembro de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

2 – ÍNDICE NACIONAL DE PREÇOS AO CONSUMIDOR – INPC

A inflação incidente sobre as famílias com rendimentos entre um e cinco salários mínimos, mensurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), registrou uma variação positiva de 1,01% em novembro de 2021, valor simétrico ao apresentado no mês anterior e abaixo do registrado pelo IPCA (+1,04%) no mês de referência. Entre as regiões pesquisadas pelo IBGE, o INPC do Distrito Federal foi a quinta maior e ficou acima da média nacional para o período (+0,84%). No acumulado em 12 meses, a inflação desse indicador foi de +10,61% na capital federal e de +10,96% para a média nacional.

Gráfico 3 – INPC – Variação mensal e acumulada em 12 meses (%) – Brasil e Regiões Pesquisadas – novembro de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

As contribuições dos grupos para o resultado mensal seguiram o mesmo padrão observado no IPCA, com a exceção do grupo Despesas pessoais, que passa a apontar contribuição nula ao invés de levemente positiva. Destaca-se também que o grupo de Habitação (+0,41 p.p.) possui um peso mais alto na cesta do INPC, enquanto o de Transportes (+0,84 p.p.) tem uma participação menor. Assim, a menor contribuição desse segundo grupo, aliado ao maior peso de grupos deflacionários no período, como Saúde e cuidados pessoais (-0,22 p.p.) e Alimentação e bebidas (-0,09 p.p.), levou a um resultado inferior no INPC quando comparado ao IPCA, apesar do maior peso da Energia elétrica residencial (+0,36 p.p.).

Gráfico 4 – INPC – Variação mensal (%) e contribuição (p.p.), por grupo – Brasília – novembro de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

Tabela 2 – INPC – 10 maiores contribuições positivas (azul) e negativas (laranja) e suas respectivas variações mensais, por item – Distrito Federal – novembro de 2021

Fonte: IBGE/ Elaboração: Codeplan/Gecon-Nupre

3 – IPCA POR FAIXA DE RENDA DO DISTRITO FEDERAL

O impacto da inflação sobre as diferentes faixas de renda das famílias[3] do Distrito Federal calculado pela Codeplan a partir dos dados divulgados pelo IBGE aponta que o quartil de baixa renda, representado pelos 25% mais pobres, enfrentaram uma alta de preços menos intensa, com um incremento de 1,12% nos preços em novembro de 2021. Esse comportamento é explicado pelo fato de essa faixa possui um consumo menor de Gasolina, dependendo mais de transporte público e outras formas de locomoção. As faixas de renda Média-baixa e Média-alta tiveram as maiores inflações no mês, percebendo incrementos de 1,38% e 1,42%, respectivamente. Já os 25% mais ricos da capital observaram uma inflação um pouco inferior, de 1,28%, na sua cesta de bens e serviços. Esse comportamento é explicado pelo fato de a Passagem aérea, que apresentou deflação em novembro, possuir peso maior na faixa de renda Alta do que nos demais quartis.

Gráfico 5 – IPCA por faixa de renda – Variação mensal (%) – Distrito Federal – novembro de 2021

Fonte: GECON/DIEPS/CODEPLAN com dados do IBGE.

4 –  ÍNDICE CEASA DO DISTRITO FEDERAL

O ICDF de novembro de 2021 registrou variação positiva, 0,54%, em relação ao mês anterior. O Setor de Verduras variou 3,68%, o Setor de Frutas, 2,41%, o setor de Legumes, (-4,03%), o Setor de Ovos e Grãos, (-3,49%). As verduras aumentaram à chegada do período chuvoso, o que afeta a oferta principalmente de folhagens. Melancia, 36,20%, abacaxi, 23,57%, maçã gala, 18,25%, e maracujá, 17,32%, apreciaram-se pela menor oferta e aumento da demanda de fim de ano. Chuchu, (-49,07%), e berinjela, (-28,00%), foram favorecidos pelo clima para a produção local, porém, a cebola nacional, 39,26%, apreciou-se, devido ao custo com frete do produto trazido de SC. As chuvas na região devem influenciar na produção de tomate e manter os preços do produto em patamares mais altos. Batata lisa e cebola nacional tendem a manter os preços ajustados à queda da oferta local e maior custo com fretes. Morango tende a manter seus preços mais elevados devido à oferta local reduzida e maior demanda neste período. As frutas natalinas, tais como a ameixa, o pêssego e a nectarina, devem aparecer no mercado com maior frequência a preços ajustados para o período de fim de ano.

5 –  CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inflação de novembro de 2021

  • IPCA do DF registra inflação de +1,04% em novembro, sexto maior resultado entre as regiões pesquisadas pelo IBGE. O resultado nacional foi de +0,95%. No acumulado em 12 meses, apresenta a quarta menor inflação, com +10,06%;
  • INPC apresenta variação de +1,01%, sendo a quinta maior variação no mês. No acumulado em 12 meses, aparece como a sétima menor variação (+10,61%);
  • A alta no IPCA veio principalmente dos grupos de Transportes (+0,87 p.p.), resultado de aumento de 8,54% no preço da Gasolina (+0,78 p.p.), e de Habitação, após inflação de 8,28% na Energia elétrica residencial (+0,24 p.p.);
  • O índice de difusão no mês foi de 49,8%, com quatro dos nove grupos de produtos monitorados pelo IBGE apresentando deflação em novembro e um centro da inflação variando apenas 0,06 ponto percentual.
  • Entre as faixas de renda, a faixa Baixa apresentou uma inflação de 1,28% no mês, a Média-baixa de 1,42%, a Média-alta de 1,38% e a Alta de 1,12%.

Para os próximos meses

  • Bandeira tarifária vermelha patamar 2 com adicional de escassez hídrica se mantém em dezembro.

[1] https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-10/aneel-reajusta-tarifa-de-distribuidoras-de-goias-brasilia-e-sao-paulo

[2] https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-10/aneel-reajusta-tarifa-de-distribuidoras-de-goias-brasilia-e-sao-paulo

[3] A partir de janeiro de 2021, a Codeplan passou a elaborar e divulgar a inflação distrital para cada quartil de renda. Para mais informações, o estudo completo pode ser encontrado em: http://conjunturaeconomica.ipe.df.gov.br/2021/ 02/09/ipca_especial-divulgacao-do-ipca-por-faixa-de-renda-do-df/