PED: Taxa de desemprego do DF cai para 18,4% em setembro

Resumo

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal ficou em 18,4% em setembro de 2020. O resultado mostra melhora no mercado de trabalho local.
  • A taxa de participação continua abaixo da média histórica para o período e atingiu 62,7%.
  • O setor de serviços aumentou o número de ocupados em suas atividades. Entre agosto e setembro de 2020, 17 mil pessoas (+1,9%) passaram a trabalhar nesse segmento.
  • Similarmente, a Construção absorveu 9 mil trabalhadores entre agosto e setembro, obtendo um aumento de 13,8% no seu número de ocupados.
  • O rendimento habitual médio de agosto de 2020, apresentou ganhos reais de 0,6% em relação a julho de 2020.

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – abril a setembro de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

A taxa de desemprego do Distrito Federal recuou 0,7 pontos percentuais em setembro de 2020 ante o mês anterior, de forma que 18,4% das pessoas que estão na força de trabalho ainda não haviam conseguido uma ocupação no período (Gráfico 1). Em agosto, esse percentual havia sido de 19,1%. Os valores, divulgados pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mostram que houve uma melhora consistente do mercado de trabalho local desde o mês de junho, quando a taxa de desemprego atingiu 21,6%, em consequência da reabertura gradual da economia do Distrito Federal.

As perspectivas da população também tiveram uma melhora tangível, mesmo que ainda tímida. A taxa de participação, que representa aquela parcela da população em idade de trabalhar que está ocupada ou que pelo menos tentou procurar um emprego nos últimos 30 dias, apresentou um aumento marginal de 1,1 p.p. em setembro, encerrando o período em 62,7%. Esse valor é o maior observado nos últimos cinco meses, apontando que as pessoas estão gradualmente retornando ao mercado de trabalho, seja por se sentirem mais seguras ou por acreditarem que, agora, terão mais oportunidades de conquistar uma ocupação. Cabe mencionar, no entanto, que a participação de 62,7% da população economicamente ativa ainda está bastante abaixo da participação média observada no ano anterior (66,3%)¹.

Os dados também mostram que o desemprego do Distrito Federal atingiu mais fortemente as Regiões Administrativas que apresentam mais baixa renda. Por exemplo, o Grupo 4 (baixa renda), que compreende Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, SCIA – Estrutural e Varjão, e o Grupo 3 (média-baixa renda), que reúne Brazlândia, Ceilândia, Planaltina, Riacho Fundo, Riacho Fundo II, SIA, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião, são aqueles que apresentaram taxas de desemprego acima de 20% em setembro de 2020, conforme apresentado no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Taxas de Desemprego por Grupos de Regiões Administrativas² – Distrito Federal – agosto e setembro de 2020

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Quando se detalha o comportamento do emprego, percebe-se que a maior parte da população ocupada (71,7%) exerce atividades relacionadas com o setor de serviços, que absorve cerca de 914 mil pessoas no DF (Tabela 1). Apesar desse segmento produtivo ainda se encontrar sujeito a algumas restrições quanto à sua capacidade e horário de funcionamento, ele gerou 17 mil novos postos de trabalho no mês de setembro, corroborando a trajetória de recuperação do mercado de trabalho local no período.

Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – julho, agosto e setembro de 2020 – Variação percentual e em mil pessoas

Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.

Vale destacar também o crescimento no número de ocupados na Construção. Entre agosto e setembro, esse segmento empregou mais 9 mil pessoas, ocupando um total de 74 mil pessoas. Essa criação de vagas representou um crescimento de 13,8%, a maior variação percentual observada entre agosto e setembro no segmento em toda a série histórica da pesquisa. Esse cenário é animador pelo fato de refletir uma melhora de uma atividade produtiva que é conhecida por movimentar diversos segmentos da economia local e, consequentemente, apresentar alto potencial de criação de novos postos de trabalho.

Já, em termos de rendimento, a remuneração média real habitual de todos os ocupados apresentou um leve aumento de 0,6% em agosto de 2020, quando atingiu R$ 3.799,00, em comparação com os R$ 3.777,00 recebidos no mês anterior (Tabela 2). Isso representa um aumento do poder de compra da população e, em última instância, um estímulo para o crescimento da economia distrital.

Tabela 2 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal – agosto e setembro de 2020

  Fonte: PED-DF / Convênio: CODEPLAN e DIEESE. Elaboração: GECON/DIEPS/CODEPLAN.


¹ Se refere à média das taxas de participação entre janeiro e agosto de 2019, uma vez que a PED não foi realizada nos demais meses daquele ano.

² A amostra não comporta desagregação para o Grupo 1 (Plano Piloto, Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Park Way e Sudoeste/Octogonal).