PED: Pelo terceiro mês consecutivo, taxa de desemprego fica em 17% no DF

  • A taxa de desemprego do Distrito Federal ficou em 17,0% em março de 2022, repetindo o resultado de fevereiro e ficando abaixo da taxa observada no mesmo mês do ano anterior (19,5%).
  • A taxa de participação aumentou 0,2 p.p. e foi estimada em 64,9%.
  • Os segmentos de Serviços (+14 mil trabalhadores) e Construção (+1 mil trabalhadores) foram os que apresentaram aumento no número de ocupados.
  • A maior variação negativa foi observada nos Empregos no setor privado sem carteira assinada (-8,7%).
  • O rendimento médio real dos ocupados recuou 0,7% em fevereiro de 2022 em relação ao mês anterior, passando para R$ 3.918,00

Gráfico 1 – Evolução da taxa de desemprego e da taxa de participação – Percentual (%) – Distrito Federal – janeiro de 2021 a março de 2022

Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan

Pelo terceiro mês consecutivo, o desemprego permaneceu estável e em 17,0% na capital federal. Vale ressaltar que esse percentual é 2,5 pontos percentuais (p.p.) abaixo da taxa de desemprego observada em março de 2021 (19,5%) e que essa melhora esteve associada a um movimento simultâneo de aumento do número de ocupados e queda dos desempregados. Dessa forma, o quantitativo de desocupados ficou em 282 mil trabalhadores em março de 2022 e a taxa de participação foi calculada em 64,9%.

Detalhando o comportamento do mercado de trabalho, é possível verificar que a estabilidade da taxa de desemprego resulta de um equilíbrio entre a contribuição negativa decorrente do aumento dos ocupados (-0,3 p.p.) e a soma das contribuições positivas do aumento da taxa de participação (+0,2 p.p.) e do aumento vegetativo da população incrementando a PIA (+0,1 p.p.). A decomposição da variação da taxa de desemprego é apresentada no Gráfico 2.

Gráfico 2 – Decomposição da variação da taxa de desemprego entre fevereiro e março de 2022 – Percentual (%) e ponto percentual (p.p.) – Distrito Federal – março de 2022

Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan

O número de ocupados apresentou alta de 0,4%, alcançando um total de 1.378 mil trabalhadores (Tabela 1). Entre os setores produtivos do Distrito Federal, o de Serviços foi o que demonstrou maior crescimento em relação ao mês anterior, ampliando em 14 mil o quantitativo de trabalhadores ocupados nesse setor. Com isso, o segmento superou as perdas apresentadas no mês passado, quando encerrou 7 mil vagas. O segmento de Comércio e Reparação, por sua vez, teve a maior contração do período, percebendo uma variação negativa de 2,2%, o que representa a perda de 5 mil postos de trabalho.

Tabela 1 – Estimativa do número de ocupados, segundo setores de atividade – Distrito Federal – fevereiro de 2022 e março de 2022

Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan

Quanto à posição na ocupação, os Trabalhadores autônomos voltaram a registrar acréscimo no número de ocupados, verificando uma alta de 6 mil trabalhadores (2,5%) entre fevereiro e março de 2022. Já o Setor Privado percebeu uma queda de 4 mil postos de trabalho no período analisado. No entanto, esse movimento resultou de uma diminuição dos ocupados em posições sem carteira assinada, o que pode representar uma melhora da saúde do mercado de trabalho local.

Tabela 2 – Estimativas do número de ocupados, segundo posição na ocupação – Distrito Federal – fevereiro de 2022 e março de 2022

Fonte: PED-DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan

Já o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados recuou 0,7% em fevereiro de 2022 em relação ao mês anterior, passando para R$ 3.918,00. O montante também indica uma redução de 3,4% em comparação aos R$ 4.056,00 recebidos no mesmo mês de 2021, perdas que podem ser, parcialmente, decorrentes da inflação observada no período[1].

Tabela 03 – Estimativas consolidadas da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal

Fonte: PED – DF. Convênio Codeplan e Dieese. Elaboração: GECON/DIEPS/Codeplan


[1] Em março de 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou, no acumulado em 12 meses, variação positiva de 9,53%.